sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sem você...


            É mais um início de tarde e eu chego em casa, como se fosse mais um dia. Já é quase hora do almoço e eu me lembro como você brincava, falando mal da minha comida, mas sempre deixava o prato limpo segundos depois. Mas hoje não haverá mais pratos a serem limpos, nem haverá almoço. Resolvo tomar um banho, mas no banheiro ainda está a sua toalha, sua escova de dentes e também aquele perfume que você sempre usava. O seu cheiro ainda está no ar.
            Após o banho, me jogo no sofá e ligo a TV. Adivinha? Está naquele canal que passa seu programa favorito, que muitas vezes passava no mesmo horário dos filmes que eu gostava. Todas as vezes nós víamos o filme, mesmo quando você não gostava...
            E a nossa cama? Ah, como ela tem histórias! Já dormir várias vezes sozinha nela, porque eu sempre falava para você dormir no sofá quando brigávamos.  Eu gritava, você gritava, mas, no dia seguinte, seu sorriso iluminava minha vida.
            Mas e agora? Quem iluminará minha vida com um sorriso? Quem vai me escutar e me abraçar? Parece que foi ontem que nos conhecemos, parece que foi ontem que, com muito esforço, compramos este apartamento. Mas não, não foi ontem. Ontem foi o dia que você saiu para mais um dia de trabalho, foi ontem que um jovem bêbado bateu em seu carro, enquanto ele ia para balada e você voltava da hora extra. Foi ontem que, por falta de ajuda e demora de socorro, você não voltou mais para casa. Foi ontem que eu descobri o que é morrer, pois sem você eu não sei existir.

{ N.A.: Lembrem-se sempre que por trás de cada pessoa, já uma história de vida e de sentimentos. }

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Adeus, ex-amor.



1º de abril de 2010

Querido,
            Sei que você deve estar se perguntando o porquê desta carta no batente de sua porta, principalmente tão cedo. Espero que não seja tão difícil para você ler esta carta, quanto está sendo para mim. Tentei reunir toda a coragem para lhe falar tudo que lerás a seguir, mas foi tão impossível quanto segurar o vento.
            Você, Felipe, foi o meu primeiro amor, a primeira pessoa que me fez sentir verdadeiramente amada. Pelo menos foi isso que pensei. Passamos mais de um ano em um relacionamento que, aos poucos, foi se tornando vazio e superficial, mas eu sempre ficava temerosa de terminar tudo e ficar mal vista. Foi no momento que eu estava neste conflito que conheci o Miguel que, de anjo, tem mais que o nome. Nesse instante descobri o que é um amor arrebatador.
            Não posso imaginar o que passa na sua mente enquanto lê as minhas palavras, mas saiba que são do fundo da minha alma. Várias vezes me perguntei o que havia de errado entre nós dois, porém, a única coisa que descobri foi que você não é a minha alma gêmea. Então, querido, não se culpe, pois o momento de encontrar a sua cara-metade pode estar próximo e, quando isto acontecer, espero que seja tão feliz quando eu estou nesse momento.
            Enquanto você lê esta carta, estou a caminho do Espírito Santo, junto com Miguel, onde faremos uma nova vida juntos. Tenho certeza que um lindo futuro me espera e, daqui a um tempo, quando você não sentir tanta mágoa de mim, mandarei lembranças, pois, mesmo com este final, vivemos um relacionamento que, lá no fundo, nos fez crescer.
            Do mais, quero apenas lhe pedir desculpas. Desculpe-me por terminar assim, desculpa se alimentei um falso amor, desculpa por ter feito do Miguel o meu homem, mesmo ainda envolvida com você. Mas, principalmente, desculpa se você caiu nesta pegadinha.


Beijo grande e um feliz 1º de abril,
De sua namorada que te ama,
Nicole Schitnes

P.S.: Comprei um novo cachorro, espero que venha conhecer o meu Miguel em breve.